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- Muita gente me pergunta como e por que me dedico, há 50 anos, aos livros e à escrita. Mas seria possível voltar no tempo e identificar as escolhas, os gestos, as influências que me levaram a permanecer metade da minha vida dormindo e a outra metade sentado no meio dos livros, circundado por canetas, lápis, cadernos, um computador e vários cachimbos?
Seria o mesmo que tentar explicar por que gosto de marzipã: tudo está na infância, em algum lugar entre o casarão que minha avó paterna alugava, no centro de Jundiaí, e o sobradinho da Rua 11 de Junho, onde vivi até os 16 anos. Só posso concluir que um gesto reforçou outro, e o subsequente reafirmou o prazer do anterior; e assim, quando me dei conta, já era quem sou.
Mas o que há nas entrelinhas do parágrafo anterior, quando digo “um gesto reforçou outro”?
Quando você domina algo, a ponto de ser objeto da atenção das pessoas, seria burrice ir no sentido oposto. Suponhamos que eu tivesse a habilidade de um equilibrista — hoje trabalharia no Cirque du Soleil; ou, quem sabe, teria minha própria trupe. Mas mostrei-me apto a harmonizar palavras — e não só fui me afeiçoando à expressão escrita e oral, como tornei-me amigo de figuras estranhas, como Tolstói, Stendhal, Broch. As pessoas me olhavam e não viam o menino gordinho, cheio de dúvidas; viam o que queriam ver: uma miniatura de intelectual, por mais obscena que essa palavra seja.
Se morasse nos EUA e escrevesse em inglês, não teria metade dos problemas financeiros que tenho. Mas estou acorrentado à língua portuguesa, a um país subdesenvolvido e a uma profissão que remunera mal. Contudo, vejam como a vida é boa, isso obrigou-me a trabalhar três vezes mais: ler três vezes mais, escrever três vezes mais, revisar três vezes mais, esfolar-me na língua dez vezes mais, lambuzar-me em dicionários e gramáticas, trincar livros.
Esse tornou-se o meu poder. E ele não apenas paga minhas contas — serve para ser distribuído nas redes sociais em verdadeiras baciadas. Isso é poder: não o que você retém, mas o que dissipa. Sou um alegre perdulário.3 semVer tradução - draclaudiaterzianProfessor, é o senhor acha que qualquer pessoa pode escrever bem?1 curtidaResponderVer tradução
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- tathyaneludwigEscrevo em Português e em Inglês, Rodrigo. Devo abandonar o Português de vez?2 curtidasResponderVer tradução
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- taniamaralunardiweberProfessor o senhor nos ensina enquanto nos alegra. Ou seria o contrário…rs1 curtidaResponderVer tradução
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- gaussjohansebastianProfessor, gostaria de fazer um comentário sobre o seminário, acho que ele me ajuda muito mais nas leituras mais políticas – Platão, Ortega – do que Dostoiévski. Este último eu consigo pegar sozinho a maior parte, porém aqueles estou amando a sua ajuda. Torço muito para que tenhamos A Mente Cativa no próximo ano, eu amaria!!!1 curtidaResponderVer tradução
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- contos_eu_te_contoProfessor, vou além. E as transformações que o senhor fez em mim? O senhor tirou o trauma que eu carregava há anos dos professores severos que tive na minha infância. A sua paciência comigo me trouxe confiança em aprender de novo. Eu tinha medo de professor. Deus provê aqueles que trazem paz para os seus.🙏❤️1 curtidaResponderVer tradução
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- alexandrede.liEntendi que brincando criou uma teia, aperfeiçoou-a a tal ponto que emaranhou a si mesmo. Porém, apesar de suas dores, é ciente da necessidade deque se espalhe o mesmo talento que um dia cultivou.1 curtidaResponderVer tradução
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- luciana._cllcLindo o que escreveu… deu-me uma “coragem”!!! Taí… por isso sou seguidora do seu perfil!! Obrigada!2 curtidasResponderVer tradução
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- arnoalcantaraLindo!!!13 curtidasResponder
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- elypberna…e assim, quando me dei conta, já era quem sou…Caro Professor Rodrigo, cada palavra escrita tem uma gota de sangue do seu coração e chega até o coração de quem lê, ou de alguém que espera chegar um texto seu, para vivenciar um pouco mais de algo que nos toca tão profundamente. Gratidão Professor Rodrigo por nos entregar sua sabedoria de intelectual conquistada ao longo de sua vida. Um grande abraço!❤️5 curtidasResponderVer tradução
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- gabriel.lpinheiroÉ uma felicidade poder lhe acompanhar, professor! E que texto maravilhoso!1 curtidaResponderVer tradução
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- aracelialcantaraaTudo está na infância! Essa frase colore o passado escuro de qualquer um. Que lindo! “Se um dia estivemos perto de ser tudo o que poderíamos ser (mesmo que em potência), isso só se deu na infância”. Reginaldo Pujol Filho escrevi na orelha do livro: A criança em ruínas – poemas de José Luís Peixoto. O senhor indicou há algum tempo. Comprei os livros dele e não consigo terminar nenhum poema sem enxugar as lágrimas e assoar o nariz.15 curtidasResponderVer tradução
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- cleiaantunesfEssa escrita tão bela e sincera no seu texto confirma e ilustra que o Sr. trilhou de forma brilhante o caminho certo, e que somos afortunados por poder participar do conhecimento que compartilha com generosidade e entusiasmo contagiante. Sempre obrigada, professor @rodrigogurgel122 curtidasResponderVer tradução
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- luisfelipe.nc“Quando você domina algo, a ponto de ser objeto da atenção das pessoas, seria burrice ir no sentido oposto. (…) Isso é poder: não o que você retém, mas o que dissipa. Sou um alegre perdulário.” 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻17 curtidasResponderVer tradução
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- cazarre💪🏼💪🏼💪🏼❤️4 curtidasResponder
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- renatasedanoQue riqueza professor! Fiquei feliz que o senhor viveu na minha terra querida Jundiaí 🍇 Sou sua aluna da Escrita Criativa e estou amando ❤️
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